Criada a primeira tinta com cor física, sem corantes ou pigmentos


As cores vivas e até iridescentes que vemos em algumas espécies de pássaros, besouros e borboletas surgem de um arranjo regular de nanoestruturas que refletem com mais intensidade alguns comprimentos de onda.

Como são geradas por um fenômeno físico, essas cores são chamadas de cores físicas, ou cores estruturais.

Isso é diferente das tintas, que são baseadas em pigmentos, ou corantes, que controlam a absorção de luz com base na propriedade eletrônica da molécula do pigmento. Assim, cada cor precisa de uma nova molécula.

Agora, pesquisadores finalmente conseguiram produzir uma tinta baseada em cores estruturais, criando uma alternativa ambientalmente amigável porque, em vez de moléculas sintetizadas artificialmente, todas as cores estruturais podem ser geradas usando apenas metais ou óxidos metálicos.

Tinta plasmônica

Pablo Cencillo e seus colegas da Universidade Central da Flórida conseguiram esse feito longamente sonhado criando as nanoestruturas produtoras de cor, liberando-as do seu substrato e então diluindo-as em um ligante comercial.

A nova tinta gera suas cores graças a quasipartículas chamadas plásmons de superfície, que são ondas de elétrons que surgem em superfícies metálicas quando elas são atingidas pela luz – por isso ela é chamada de tinta plasmônica.

Os resultados são tintas sem corante, mas com um brilho e uma vivacidade comparáveis às tintas tradicionais, só que mais duráveis.

“A cor normal desbota porque o pigmento perde sua capacidade de absorver fótons. Aqui, não estamos limitados por esse fenômeno. Uma vez que pintamos algo com uma cor estrutural, ela deverá permanecer por séculos,” disse o professor Debashis Chanda, coordenador da pesquisa.

(Fonte: Inovação Tecnológica, 21 de março de 2023)