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O que você sabe sobre design comportamental?


O design comportamental (Design for Behavior Change) é uma metodologia focada nas pessoas, com o objetivo de encorajar a mudança e desenvolver soluções que as ajudem a adotar novos comportamentos que beneficiem a si mesmas e o planeta.

As técnicas geradas por essa metodologia estão sendo cada vez mais utilizadas para desenvolver experiência de usuário em produtos e serviços digitais como, por exemplo, aplicativos de Carbon footprint, app que monitora a pegada de carbono, permitindo que as pessoas vejam como suas ações diárias impactam o meio ambiente. É uma abordagem do design que possui grande potencial como amplificador da consciência ambiental, podendo ser usada para transformar a intenção sustentável do usuário em atitudes sustentáveis. Há uma extensa aglomeração de fatores pessoais, sociais e ambientais que influenciam o comportamento. A maioria deles pode ser atribuída a três níveis:

Pessoal: crenças, conhecimento, atitudes, habilidades, genética;

Social: interação com outras pessoas;

Ambiental: a área em que um indivíduo vive, seu local de trabalho, escritórios, lojas, etc., além de fatores mais amplos, incluindo economia (como preços).

As ciências comportamentais e cognitivas nos ajudam a entender que as nossas ações são o resultado de uma mistura de processos conscientes e não conscientes. A maioria das tentativas de mudar o comportamento se concentra em ações conscientes. Então, quando alertamos sobre as consequências de um determinado mau hábito pessoal para tentar induzir a pessoa a mudar seu comportamento, isso pode não afetar os processos que impulsionam o hábito. Ou seja, há uma grande dificuldade em atingir mudanças por conta dos comportamentos que as pessoas aprenderam antes.

Quando abordamos sustentabilidade sob a ótica do design comportamental, precisamos pensar em iniciativas que alteram comportamentos. A mudança de comportamento está relacionada ao desenvolvimento de produtos, comunicações e políticas que ajudem as pessoas a fazer algo diferente em suas vidas, relacionado àquilo que seja do seu interesse.

Design que incentiva a mudança de comportamento e contribui para a Economia Circular

O design comportamental traz contribuições fundamentais para a implementação da Economia Circular, porque apresenta formas de entender e acelerar mudanças de certos comportamentos de consumo vinculados à Economia Linear.

Empresas e marcas com propósito sustentável podem protagonizar estas transformações, gerando oferta de produto como serviço (sistema produto-serviço) para atender às necessidades dos usuários e gerar valor. É necessário também desenvolver relacionamentos marca-usuário, buscando entender suas motivações, hábitos de consumo e necessidade de informação.

Abaixo listamos alguns exemplos de marcas que atuam nesse sentido:

1) Pantys: empresa com certificação B de produtos para menstruação, incluindo calcinhas menstruais, tampões e outras soluções clinicamente testadas. Os produtos são veganos, 100% carbono neutro e reutilizáveis.

2) Já fui mandioca: “como a casca de uma fruta” – startup de tecnologia de bioembalagem de mandioca 100% compostável que se transforma em adubo em até 90 dias.

3) B.O.B: marca que nasceu em 2019 com o intuito de atuar contra a poluição plástica, oferecendo produtos de banho em barra com pegada ambiental e hídrica de baixo impacto.

4) Desembala: produtos de limpeza com borrifadores de plástico que podem ser reutilizados pelo resto da vida; os sachês concentrados dissolvem-se completamente na água.

Antes de ter uma ideia de mudança comportamental, primeiro é necessário se apaixonar pelo problema. Observar ou entrevistar indivíduos, tentando se colocar no lugar deles. Você ficará surpreso ao notar que grande parte dos pensamentos e crenças que cada um mantém são sua própria visão de mundo projetada, e não necessariamente do público-alvo o qual deseja influenciar.

(Fonte: CBA B+G, 23 de maio de 2023)

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