C&A arrecada mais roupas de clientes e quer crescer programa de circularidade na moda


Estima-se que a indústria da moda seja a segunda maior poluidora do mundo. Isto, por conta dos processos de produção, assim como pela alta taxa de descarte no meio ambiente, com longo tempo até a degradação. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e da Confecção (Abit), todos os anos, cerca de 170 mil toneladas de resíduos têxteis são descartadas de forma incorreta no lixo comum. Pensando em diminuir os impactos nocivos, a C&A promove o Movimento Reciclo, um programa de recolhimento de peças de qualquer marca em 60% das 331 lojas.

“Assumimos compromissos de economia circular, globalmente, em 2015. Já em 2018 começamos a arrecadar peças nas lojas e tivemos que superar desafios como a mudança cultural dos consumidores, que não eram acostumados a levar peças usadas para o varejo na hora de adquirir o produto novo. Contudo, no ano passado tivemos nosso melhor resultado, algo que nos incentiva a continuar evoluindo nos próximos anos”, diz Cyntia Kasai, gerente-executiva de ESG da C&A. Em 2022, o Movimento ReCiclo recebeu 17 mil peças. Ao depositar uma peça nas urnas verdes do programa, abrem-se três possíveis caminhos para destinação: o da doação para ONGs e ações humanitárias; da reciclagem quando a peça não é apropriada para doação, como no caso de roupas íntimas; e da confecção de novas peças a partir do uso dos fios.

Conforme apresentado na tabela acima, a pandemia da covid-19 acarretou na queda do número de peças recolhidas. Mas, com a reabertura das lojas, a comunicação para a continuidade do programa foi reforçada. “Falamos do programa em campanhas específicas e nos alto falantes das lojas, por exemplo. Além disto, não incentivamos a troca por produtos ou descontos. A intenção é conscientizar sobre a sustentabilidade”, afirma Cyntia.  Com isto, mais de 212 mil peças foram recolhidas desde 2018.

Sustentabilidade

O recolhimento de roupas não é a única iniciativa de circularidade da C&A. A companhia trabalha o tema de forma estruturada e com compromissos como ter 50% dos produtos com circularidade em alguma etapa do processo ou extensão do ciclo de vida até 2030.

Assim, há ações como a coleção Ciclos, com certificação Cradle to Cradle, que  leva em conta aspectos de saúde e reciclabilidade dos materiais, além da gestão da água, energia e justiça social na cadeia. 

Outra ação é a venda do jeans reciclado, produzido a partir de peças doadas nas lojas e de sobras de jeans da produção tradicional. No ano passado, por exemplo, foram 20 mil peças produzidas em 13 modelos. “Estamos investindo na cadeia para aumentar o programa.

(Fonte: Portal Exame – 25.01.23)