Embalagens apostam em design minimalista para encantar consumidores


Você às vezes tem a sensação de estar sendo bombardeado por milhares de informações? Conectados do momento em que acordamos até a hora em que vamos dormir, tentamos com dificuldade absorver e processar tudo que vemos nas redes sociais, nas páginas de notícias, nos grupos do WhatsApp e nas propagandas que nos cercam.

O fluxo de novidades é acelerado e os olhos simplesmente não descansam. Como resposta a esse excesso existem pessoas e empresas investindo na direção oposta, oferecendo alternativas consideradas minimalistas, com menos confusão visual e mais foco naquilo que realmente importa.

Presente nas artes plásticas, na arquitetura e nos mais diferentes objetos (como celulares, cadeiras e luminárias), o minimalismo também influencia o setor de embalagens, originando designs “limpos” e simplificados.

Descomplicando

Sabe aquela ideia de “menos é mais”? Ela pode ser interpretada do jeito errado, então fique atento! O segredo não é eliminar vários elementos e ver o que sobra no final, mas fazer muito com poucos elementos. Nesse sentido, uma embalagem minimalista não é aquela em que o design praticamente não existe, mas sim aquela em que o design é extremamente preciso, transmitindo a mensagem da marca de modo claro e conciso. O importante é achar a essência daquilo que se quer passar com um produto.

Nas gôndolas dos supermercados, por exemplo, embalagens com designs minimalistas podem ganhar a atenção de um consumidor porque não contêm uma série de elementos gráficos capazes de distraí-lo. Ao facilitar a rápida identificação de um produto, elas colaboram com o processo de decisão de compra.

O minimalismo também pode estar relacionado com a própria composição da embalagem, de forma a impactar positivamente o meio ambiente. Usar materiais recicláveis e renováveis, por exemplo, é uma maneira de aproveitar uma embalagem mais de uma vez, reduzindo o desperdício.

Minimalismo na prática

Existem alguns princípios minimalistas que podem ser identificados em embalagens e que ajudam a criar uma identidade visual bem própria para um produto. A simplicidade na comunicação do design abaixo, por exemplo, ajuda o consumidor a escolher exatamente o tipo de cerveja que ele deseja, especificando apenas três características: cor, sabor e força.

Outras embalagens ganham destaque ao fazer afirmações ousadas, que desafiam concepções estabelecidas. A marca Boxed Water, por exemplo, aposta na autenticidade e se apresenta como uma alternativa para as embalagens de água.

Também há aquelas embalagens que apostam principalmente nas cores para esclarecer as diferenças entre cada tipo de produto. A marca de suco da imagem abaixo, por exemplo, preserva apenas o essencial e valoriza o aspecto natural da bebida.

Para não errar

Um dos riscos do minimalismo ao mirar no simples é acertar no simplório. Marcas que acabaram de lançar um produto ou que estão há pouco tempo no mercado, por exemplo, podem ter problemas ao adotar um design minimalista em suas embalagens. Isso acontece porque as pessoas ainda não estão familiarizadas com sua identidade visual e talvez tenham dificuldades em decifrar um produto e os valores associados a ele.

Por ser mais conhecida entre o público geral, uma empresa como a Nutella tem chances de alcançar resultados interessantes com um visual mais “clean”, como visto abaixo nesse projeto da agência turca Antrepo.

Quando bem planejado e executado, o minimalismo pode dar mais visibilidade a um produto nos mercados. Cabe à marca avaliar se essa é uma estratégia que faz sentido para suas embalagens e para seu público-alvo.