Plástico biodegradável que prolonga vida de alimentos é criado pela Embrapa em São Carlos


Pesquisadores da Embrapa Instrumentação, em São Carlos (SP), desenvolveram uma embalagem de plástico biodegradável que prolonga a vida dos alimentos fora da geladeira.

A pesquisa foi publicada na revista científica ‘International Journal of Biological Macromolecules’ e teve parceria com a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e a Universidade de Grenoble, na França.

Os cientistas usaram gelatina para criar o novo plástico natural e adicionaram também um pó feito com nanocristais de celulose.

Os resíduos, extraídos do eucalipto, são 100 mil vezes mais finos que um fio de cabelo. A mistura é aquecida e vira uma pasta. Depois, vai para uma estufa, onde ganha o formato de película.

O novo filme fica pronto em 20 minutos graças aos raios infravermelhos, que aceleram a secagem. Diferente da técnica convencional, que leva até 24 horas porque só usa a estufa.

Segundo os pesquisadores, essa nova embalagem cria uma barreira de proteção mais eficaz porque impede a entrada de água e gases.

Além disso, ao contrário daquele plástico tradicional, que leva séculos para se decompor, esse é biodegradável e dá até para comer.

“A ideia é que essa embalagem seja usada como embalagem primária, aquela que vai diretamente em contato com o alimento para proteger o alimento e aumentar o tempo de prateleira, de vida útil dele, diminuindo o desperdício”, detalhou o pesquisador da Embrapa Luiz Henrique Mattoso.

Os cientistas esperam fechar parcerias com empresas para a produção em larga escala. “Por serem feitos a partir de resíduos, esses plásticos são competitivos em termos de custo, de preço, aos plásticos que atualmente são comercializados no mercado no Brasil. Os alimentos vão durar bem mais e é o que todos nós precisamos para resolver a poluição plástica que afeta o mundo hoje em dia”, apontou Francys Moreira, professor da UFSCar.

(Fonte: G1, 17 de julho de 2022)

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  • Andrea Carvalho

    12/09/2022

    Que maravilhoso . Quero conversar com os envolvidos pois hoje temos etiquetas com frontais e adesivos compostaveis e a grande dificuldade eram as embalagens de filme múlticamadas o que inviabilizava a reciclagem.