Padronização de embalagens de carga mista para o setor de FLV cliente do CEAGESP traz benefícios para produtores e supermercadistas


A questão da perda e do desperdício de alimentos é um tema bastante relevante para o setor de varejo e distribuição, especialmente, quando se fala do setor de frutas, legumes e verduras (FLV), tema esse que vem sendo discutido não apenas no Brasil, mas ao redor do mundo. A FAO, braço de agricultura da ONU (Organização das Nações Unidas), lidera diferentes estudos sobre o tema e propõe soluções diversas baseadas na realidade dos países.

A perda de alimentos acontece em diversas fases que vão desde a produção até o consumo dos alimentos e dados da EMBRAPA apontam que um terço dos alimentos produzidos no mundo se perdem ao longo dessa cadeia, gerando impactos ambientais e econômicos.

Tendo em vista esse cenário, a CEAGESP procurou a ABRE para ajudá-los a resolver um desafio: a padronização de embalagens de cargas mistas para FLV que atualmente contam com 10 variações de altura e 27 variações das dimensões de base o que dificulta o empilhamento e a movimentação da carga mista, pois em muitas vezes uma caixa se apoia no produto da caixa que está embaixo, provocando danos nos alimentos e sua consequente perda, pois produtos machucados e amassados não são vendidos. Ainda, a própria operação da CEAGESP é prejudicada por essa multiplicidade de caixas devido ao tempo necessário para carregar os caminhões que levam as cargas mistas.

Para resolver esse desafio, a ABRE e os parceiros do projeto trabalharam de forma colaborativa, olhando para a eficiência da cadeia, e assegurando oferecer uma solução que se integra às práticas já existentes, sem agregar custo ou uma operação a mais para os produtores e comerciantes que ocupam a CEAGESP. O grupo realizou estudo de campo na própria CEAGESP, em rede de varejo e analisou práticas internacionais, e a proposta definida foi submetida a ensaio de vibração realizado pelo IPT, assim como piloto junto à varejista.

Como resultado, a proposta de unitização de carga mista define a dimensão padronizada da base das caixas em 40 x 60 cm, e as variações 40 x 30 cm e 20 x 30c m, altura livre para acomodar as diferentes frutas, empilhamento colunar, trava para encaixe das caixas e ordem de empilhamento da mais pesada para a mais leve. A trava proposta faz parte da estrutura de cada embalagem e não requer o uso acessório extra, estando disponível nas estruturas comumente usadas: papelão ondulado, engradados plásticos e caixas de EPS (isopor) – proporcionando segurança durante o transporte. As caixas de madeira, ainda em uso por alguns produtores, devem ser utilizadas como base para as demais embalagens.

“Dentro da CEAGESP, nós movimentamos 230 milhões de embalagens por ano. O maior benefício deste projeto foi preservar a qualidade do produto e facilitar a movimentação de carga”, destaca Hélio Satoshi, Engenheiro Agrônomo da central de abastecimento.

Já para Carlos Dias, Gerente de Operações da Coopercica, onde foi realizado o projeto piloto, as novas caixas ofereceram maior agilidade na descarga e facilidade de armazenamento nas câmaras frias. “Gostamos muito do tamanho das caixas, pois elas podem ser colocadas diretamente nas bancas”, completa o profissional.

O papel da ABRE no projeto foi reunir as empresas para construir uma solução conjunta. “Criamos uma solução que traz uma dimensão padronizada nos diferentes tipos de embalagens, garantindo um empilhamento seguro”, destaca Luciana Pellegrino, Diretora Executiva da associação.

Para a continuidade do projeto estão previstas algumas ações, como o aprimoramento do processo produtivo das embalagens, já com a trava proposta no projeto, a elaboração de um guia de recomendações e de um plano de comunicação junto a Ceagesp para a disseminação da solução entre todos os elos envolvidos.

Assista o vídeo do projeto piloto no canal do YouTube da ABRE: http://www.youtube.com/c/ABRE-AssociaçãoBrasileiradeEmbalagem

(Fonte: Marketing ABRE, 20 de julho de 2020)