Indústria brasileira de embalagens plásticas flexíveis fecha 2020 com alta no faturamento, na produção e no consumo per capita


Apesar de um ano tão conturbado quanto 2020 em função da pandemia da Covid-19, a indústria brasileira de embalagens plásticas flexíveis registrou alta de 5,4% no volume produzido em comparação ao ano anterior. Como mostra o estudo realizado pela Maxiquim, para a ABIEF – Associação Brasileira de Embalagens Plásticas Flexíveis, a produção atingiu 2,088 milhões de toneladas. O faturamento mostrou um desempenho ainda mais positivo, com alta de 30%, chegando a R$ 27,7 bilhões.

Também foram registradas altas no consumo aparente – 7,2% – e no consumo per capita – 6,3%  – de embalagens plásticas flexíveis. O consumo aparente saltou de 1,910 milhões de toneladas, em 2019, para 2,046 milhões de t em 2020. Já o consumo per capita em 2020 chegou a 9,7 Kg/habitante contra 9,1 Kg/hab em 2019.

“Sem dúvida nossa indústria teve um desempenho acima da média de outros setores produtivos. Mas isto só aconteceu porque desde o início da pandemia, as empresas do setor agiram rápido e se adequaram ao novo cenário para evitar que setores estratégicos como alimentos, medicamentos e bebidas, não ficassem desabastecidos de embalagens e que o consumidor final não sofresse com a falta de produtos”, pondera o empresário Rogério Mani, Presidente da ABIEF.

Rogério lembra ainda que a evolução da produção de embalagens flexíveis foi sentida em praticamente todos os trimestres de 2020, exceto nos últimos três meses do ano. Já o consumo aparente oscilou, mas manteve-se em alta em todos os trimestres. “Vimos que tanto a produção como o consumo se comportaram melhor no segundo semestre de 2020”, completa o Presidente da ABIEF.

Um recorte no estudo mostra que o principal mercado para as embalagens plásticas flexíveis em 2020 continuou sendo a indústria de alimentos que consumiu 826 mil toneladas das 2,088 milhões de t de embalagens flexíveis produzidas. Na sequência vêm as aplicações industriais, com 371 mil toneladas, seguidas por descartáveis (239 mil t), bebidas (200 mil t), agropecuária (172 mil t), higiene pessoal (101 mil t), limpeza doméstica (101 mil t), pet food (45 mil t) e outros (32 mil t).

O market share, por aplicação, estabeleceu a liderança para as embalagens multicamadas, com 693 mil toneladas. Na sequência: monocamada, 602 mil t; shrink, 279 mil t; sacolas e sacos, 238 mil t; stretch, 216 mil t; e outros, 60 mil t.

As resinas PEBD (polietileno de baixa densidade) e PEBDL (polietileno linear de baixa densidade) foram as mais usadas em 2020 pela indústria de flexíveis, totalizando 1,535 mil toneladas. O PP (polipropileno) aparece em segundo lugar com 324 mil t e o PEAD (polietileno de alta densidade) na sequência com 229 mil t. “Aqui vemos uma certa ‘dança’ dos números, principalmente pela falta e pelo aumento do preço da matéria-prima especialmente a partir do segundo semestre de 2020”, avalia Rogério.

Diferentemente do que vinha acontecendo em outros anos, em 2020 a balança comercial do setor não foi positiva: -42%. Isto porque as importações, em toneladas, cresceram 8% e as exportações caíram 18%; em faturamento as importações caíram 3% e as exportações caíram 5%.

2020 também foi marcado como o ano em que as embalagens flexíveis aumentaram sua participação no universo dos transformados plásticos, passando de 28% (2019) para 31% num volume total transformado de 6,781 milhões de toneladas. Das 572 mil t de produtos plásticos transformados importados no ano passado, embalagens flexíveis respondeu por 65 mil ton.

“Estes números revelam que a indústria de embalagens plásticas flexíveis consegue um bom desempenho inclusive em momento críticos, como foi 2020. Mas há sérias preocupações em relação a 2021. O setor teme não conseguir driblar uma possível falta de matéria-prima e, principalmente, nossa indústria não tem mais como absorver aumentos no preço das resinas termoplásticas. Por isso o principal conselho que damos para os associados da ABIEF é: cautela. Avaliem cuidadosamente o cenário, quase que diariamente e, mais do que nunca, pensem como uma cadeia, onde a ação de um dos elos poderá ter uma influência significativa no desempenho dos demais. Precisamos agir juntos e encontrar soluções para mantermos nossa indústria ativa e atendendo às demandas da sociedade e dos vários mercados.”, finaliza Rogério.

(Fonte: Assessoria ABIEF, 17 de março de 2021)