Evolução nos Rótulos


Muito além de apenas acondicionar o produto, as embalagens estão ganhando novas funções com as tendências de consumo e a busca por aproximação com o consumidor final. É o que revela Luciana Pellegrino, Diretora Executiva da Associação Brasileira de Embalagem (Abre), em entrevista exclusiva ao Jornal Giro News. “A embalagem está assumindo um serviço de informação e comunicação a partir de tecnologias que têm na sua base, como a rastreabilidade a partir de um QR Code, por exemplo.” Para a dirigente, isso faz parte de uma busca por transformar toda a técnica por trás da fabricação em valor para o consumidor, com foco na experiência de consumo. “O futuro está calcado na tecnologia empregada na embalagem, que leva o consumidor para um ambiente digital onde várias experiências podem ser trabalhadas.”

Novas Demandas

Segundo a diretora, as novas exigências estão atreladas a porções menores, famílias com menos pessoas, mudanças nos preparos das refeições, fechamento do produto e reuso. “Há um novo olhar sobre a praticidade. De repente, ter lojas de conveniência virou uma prática no mercado. E elas pedem produtos prontos para consumo que devem ser fáceis de abrir e consumir, sem sujar as mãos.” Um exemplo disso é a tecnologia para preservar produtos congelados e resfriados e também permitir seu aquecimento na própria embalagem. Já com os investimentos da indústria em produtos sem glúten ou lactose, por exemplo, novas categorias de embalagens nascem com “um volume pequeno de mercado”, de acordo com Luciana. “Então analisamos como trazer embalagens que podem ser fabricadas num volume menor, com custos competitivos, para atender esse mercado.”

Embalagens em Destaque

As mudanças trazidas pela pandemia ascenderam o segmento de embalagens específicas para o e-commerce, que já vinha em crescimento antes desse período. Como resultado, a categoria foi destaque no Prêmio Abre 2022. “Ainda que no Brasil o varejo físico seja preponderante, o e-commerce entrou como um varejo de praticidade. Assim, vemos embalagens que cumprem duas funções: proteção e transporte. Também é necessário pensar na devolução do produto.” Os restaurantes também passam a investir em soluções que têm travas de segurança e permitem se comunicar com os clientes, inclusive com uma proposta de comunicação mais atual, conectada com o público jovem. Por fim, outro fator que entrou no foco foi a circularidade na cadeia de consumo. “A sustentabilidade está na pauta das indústrias há décadas. Agora, a sociedade quer fazer parte da discussão e o consumidor espera responsabilidade das marcas”, conclui Luciana.

(Fonte: GiroNews, 29 de setembro de 2022)