As fronteiras das gráficas e da impressão digital no mercado de embalagens em papel e papelão ondulado


Com um aumento na demanda por métodos de impressão sustentáveis e econômicos, o mercado global de impressão digital projeta chegar a US$ 35,7 bilhões até 2028, um acréscimo de 38,9% em relação a 2019, quando a empresa de consultoria e pesquisa Allied Market Research (AMR) avaliou o mercado em US$ 25,7 bilhões.

No mesmo 2019, ou seja, na pré-pandemia, outro estudo, esse da Smithers, chamado “The Future of Global Print to 2024”, mostrou que o mercado global para a produção de embalagens impressas era de US$ 826,5 bilhões, com o equivalente a pouco menos de 49,5 trilhões de impressões A4.

Isso resulta na impressão de pouco mais de 2 trilhões de metros quadrados de substratos, pois alguns são impressos em ambos os lados, representando 281 milhões de toneladas de papel, cartão e outros substratos de impressão.

A projeção otimista com relação ao crescimento da indústria de impressão digital até 2028 é ancorada na rápida adoção de soluções de impressão a laser e jato de tinta no setor de embalagens e papel. Para atender a demanda, o mercado de impressão digital global será impulsionado pelo aumento na adoção de tecnologias inovadoras que vão desde a Inteligência Artificial até a chamada “Internet das Coisas”, ou Internet Of Things (IoT).

Ainda de acordo com o estudo da AMR, o aumento da busca por impressão sustentável nas indústrias farmacêutica, de saúde, embalagens e etiquetas, juntamente com a demanda por métodos de impressão econômicos, são alguns dos impulsionadores do crescimento deste mercado global. No entanto, o alto investimento inicial para parques gráficos de impressão digital em países em desenvolvimento se mostra um grande desafio.

Para se ter uma ideia, ainda no período pré-pandemia, segundo o estudo da Smithers, o capital gasto em novos equipamentos de impressão foi de US$ 17,4 bilhões, com despesas adicionais em máquinas de segunda mão, TI, equipamentos de comunicação e softwares. Mas investimentos em soluções de impressão de alta qualidade de produção e inovações são carros-chefes para o avanço do mercado de impressão e se farão necessários.

Isso porque o setor de embalagens em papel e papelão ondulado está otimista para esse 2022, projetando um crescimento de 1,4% na expedição, e é parte importante no impulso que o mercado de impressão gráfica deve tomar.

Com a alta do comércio eletrônico verificada durante a pandemia de Covid-19, as fabricantes de embalagens ganharam tração e, consequentemente, as gráficas também, exigindo mais agilidade e qualidade a prestação do serviço.

As gráficas voltadas à impressão de embalagens, nesse cenário, precisaram correr e se adaptar para atender a crescente demanda por delivery das mais variadas modalidades do varejo. Embalagens personalizadas ganharam volume nesse período.

No campo da indústria, grandes players como a Klabin, associada Empapel e maior produtora e exportadora de papéis para embalagens e embalagens de papel do Brasil, anunciou em julho de 2021 um investimento de R$ 342 milhões em projetos especiais e expansões que perpassam 2022, incluindo a oferta de tecnologia de ponta para impressão de altíssima qualidade.

Um investimento de R$ 188 milhões irá para a expansão da produção de embalagens em Horizonte, na região metropolitana de Fortaleza, no Ceará, que abrange a aquisição de uma onduladeira e de uma impressora, além da transferência de duas impressoras da Unidade de Goiana (PE).

No campo da inovação e buscando a inclusão, em novembro do ano passado, a mesma Klabin anunciou o desenvolvimento de uma tecnologia pioneira para a impressão em braile em embalagens de papelão ondulado, com validação da Associação Brasileira de Assistência à Pessoa com Deficiência Visual.

A acessibilidade é uma das fronteiras mais importantes da inovação em impressão. Enquanto a impressão 3D caminha a passos largos para uma realidade cada vez mais presente, chegando a transformar fotos em objetos tridimensionais, a indústria monitora seus custos e possibilidade de produção em escala para chegar a cada vez mais pessoas. Para embalagens e rótulos, a impressão de qualidade sofisticada permite incluir novos consumidores.

Para se ter uma ideia da importância da inovação, pesquisa recente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontou que durante a pandemia, oito em cada dez indústrias grandes e médias do Brasil investiram em inovação em seus processos de alguma forma e viram crescer sua produtividade e, por tabela, seus resultados.

A Mazurky, outra associada Empapel, é mais um exemplo: investiu em uma digital Single Pass de grande porte, para impressão UV em chapas de papelão ondulado, entre outros materiais, sendo a primeira fábrica brasileira do ramo a contar com a tecnologia. Com a aquisição, a ampliará seu trabalho, passando a atuar, além da produção de embalagens, também no setor gráfico e de comunicação visual.

Assim, a indústria de embalagens em papel e papelão ondulado vem aportando recursos consideráveis para atender a uma demanda cada vez mais crescente e exigente. O resultado chegará a cada vez mais pessoas.

(Fonte: EMPAPEL, fevereiro de 2022)