Agência de Agricultura da Dinamarca desenvolve embalagem de grama


Fibras de grama podem ser um material alternativo, 100% biodegradável e descartável nas embalagens de alimentos para viagem.

A ideia está sendo levada adiante pela Agência de Agricultura da Dinamarca, que reuniu academia, indústria e consumidores para desenvolver, demonstrar, testar e avaliar embalagens à base de fibras vegetais.

O foco está especificamente nas embalagens para alimentos para viagem, as chamadas quentinhas. O projeto começou com as provas de conceito, feitas em laboratório, está prosseguindo agora por testes em escala piloto e avançará até os ajustes necessários para a adaptação dos processos industriais necessários para que as “quentinhas de grama” cheguem ao mercado.

“Embalagens descartáveis feitas de grama trazem muitos benefícios ambientais. A embalagem será 100% biodegradável, então, se alguém deixar cair acidentalmente sua embalagem na natureza, ela se decomporá naturalmente,” destacou Anne Hastrup, Diretora do Instituto Tecnológico Dinamarquês, que está coordenando o projeto.

Hastrup adianta que o objetivo é substituir totalmente as mais de 10.000 toneladas de embalagens para alimentos e bebidas para viagem usadas anualmente na Dinamarca. O uso exclusivo de embalagens de base biológica e biodegradável reduzirá as emissões de carbono da produção de embalagens em aproximadamente 210.000 toneladas de CO2 anualmente.

Embalagem de trevo ou grama

Embora esteja trabalhando também com trevo, o projeto se concentrou no uso de grama porque é um material facilmente cultivável no clima frio do país e é uma cultura que não compete com a agricultura de alimentos.

Além disso, não será necessário iniciar novas culturas, uma vez que a ideia é usar subprodutos da indústria de ração animal.

“Depois de colher a grama e extrair a proteína para ração animal, podemos refinar e transformar em polpa as fibras da grama para extrair a celulose, da qual vamos fabricar as embalagens. Dessa forma, podemos usar e valorizar um fluxo secundário da produção de proteína. É uma ótima maneira de criar valor agregado para o biorrefino, já que nem todas as fibras de grama podem necessariamente ser usadas como ração para gado,” disse o Professor Morten Ambye-Jensen, da Universidade de Aarhus.

As fibras constituem aproximadamente 70% do material que resta após o biorrefino para extração das proteínas.

Com todo o financiamento garantido, a expectativa da equipe é ter todo o projeto finalizado em 2023.

(Fonte: Site Inovação Tecnológica, 01 de junho de 2021)