Fórum ABRE de Economia Circular – Edição Digital


Dia 1 – Pontapé inicial

Abrindo o ciclo de palestras e painéis do Fórum ABRE de Economia Circular, contamos com a apresentação de Antro Saila, VP de Sustentabilidade e Save Food da Organização Mundial de Embalagem (WPO) que abordou a regulamentação europeia sobre Economia Circular e apontou o potencial da embalagem para contribuir com a economia circular e assim ajudar a alcançar um mundo mais sustentável, além de diminuir o desperdício. Saila também destacou que a embalagem é fundamental na transição para uma economia circular.

Dando sequência ao evento, Cesar Sanches, diretor de Marketing e Sustentabilidade do Valgroup, falou sobre o limite da economia linear, ou seja, ela não cumpre mais a função exigida pela sociedade que hoje busca uma vida mais saudável e sustentável e que se preocupa com as consequências de um consumo desenfreado. Ele entende que existem muitos desafios, mas que essa transição para a economia circular é iminente. Segundo ele, no mundo são reciclados em torno de 14% dos plásticos, o que significa um grande desperdício de recursos e ele também lembra que lixo é matéria-prima!

O primeiro dia trouxe também um painel com a participação de organizações que revelaram iniciativas e metas com relação à sustentabilidade e economia circular. A Nestlé, por exemplo, tem como meta ter 100% de suas embalagens recicláveis e/ou reutilizáveis até 2025 e trabalha os pilares: desenvolvimento de embalagem; gestão de resíduos e engajamento dos consumidores para alcançar esse objetivo. No pilar do consumidor, a empresa apresentou uma iniciativa tecnológica: trata-se de um bot que funciona no WhatsApp e que responde dúvidas sobre reciclagem.

Já a Johnson & Johnson tem como objetivo mudar embalagens de uso único e propõe também que, até 2025, 100% de suas embalagens sejam recicláveis, reutilizáveis e compostáveis. Entre suas ações estão a redução da complexidade da estrutura da embalagem, facilitando sua reciclagem, o apoio a cooperativas e eliminar excesso de embalagens.

A Reckitt Benckiser por sua vez, possui metas ambientais globais para os próximos anos, como por exemplo, todas as embalagens de seus produtos deverão ser recicláveis ou reutilizáveis até 2025 e reduzir a quantidade de plástico nas embalagens

Tivemos também a participação da Avery Dennison Brasil. A companhia pretende, ainda este ano, oferecer inovações que promovam a economia circular, além de reduzir o impacto ambiental causado nas operações e na cadeia de suprimentos.

Christian Kroes, da Papirus falou sobre a importância da colaboração, de se engajar nos programas existentes e também criar novas ações sustentáveis.

Na palestra da Dow contamos com a presença da Dra. Sueli Furlan, que coordena a Plataforma Digital de conteúdo: Movimento Circularhttps://movimentocircular.io, que tem como proposta inventar um mundo sem lixo e ressaltou que transição para a economia circular é uma mudança cultural e toda mudança cultural é lenta e demanda educação.

Ainda no primeiro dia, tendo em vista o papel fundamental do consumidor para a transição para uma economia circular, um dos painéis falou da importância de informar o consumidor, de maneira clara, objetiva e transparente. As pessoas querem fazer a sua parte, mas existem muitas dúvidas de como descartar corretamente as embalagens.

O grande destaque do dia ficou para o período da tarde, um painel exclusivo de Presidentes e CEO’s de importantes empresas do setor de embalagem. Foi um debate enriquecedor, com opiniões relevantes de importantes lideranças e para abrir o debate, Ana Couto, CEO na Agência Ana Couto, falou sobre a construção de valor para os novos tempos. Marcos Barros, Presidente do Conselho da ABRE, conduziu o debate que contou com a participação de Javier Constante, Presidente da Dow Brasil, Ricardo Carvalho, Diretor Presidente na CBA, Cristiano Teixeira, CEO na Klabin e Marcelo Queiroz, CEO na Tetra Pak Brasil.

Javier Constante lembrou que a Dow, desde 1995, vem participando em iniciativas para sustentabilidade e tem em vista metas sustentáveis para os próximos anos:  até 2030, ajudar a evitar o desperdício de até 1 milhão de toneladas de plástico, 100% de plásticos em embalagem recicláveis e reutilizáveis até 2035 e em 2050 ser carbono zero.

Ricardo Carvalho destacou que a CBA possui o DNA de sustentabilidade incorporado em seus valores e a empresa tem a produção de alumínio com uma das menores pegadas de carbono, aliando certificações e práticas ESG.

Cristiano Teixeira destacou que para a Klabin, a sustentabilidade da produção de papel e celulose está em toda a cadeia de valor da floresta e depois na reciclagem e que para a reciclagem funcionar ela tem que gerar valor para as cooperativas. Marcelo Queiroz contou que a Tetra Pak, tem uma cultura sustentável desde o seu nascimento, com o compromisso de proteger os alimentos, as pessoas e o futuro. Seu direcionamento estratégico contempla a sustentabilidade como um dos seus pilares.

Dia 2 – Pontos de vista e iniciativas

A Algramo, empresa que nasceu no Chile, abriu a programação do segundo dia do Fórum ABRE e apresentou o seu sistema de compras a granel de produtos com embalagens reutilizáveis. São máquinas (dispensadoras) de produtos a granel, em que o usuário leva a sua embalagem, recarrega e paga pelo produto consumido.

Ainda no segundo dia, um painel de debate falou sobre as metodologias que guiam o desenvolvimento de embalagem para a sustentabilidade.

A Ambev apresentou seu plano para 2025, onde estão entre as principais metas: 100% da energia elétrica em suas produções seja de fonte renovável; reduzir em 25% a emissão de carbono ao longo de sua cadeia de valor; 100% de embalagens retornáveis ou feitas majoritariamente de conteúdo reciclado.

A Coca-Cola demonstrou preocupação em relação ao destino de suas embalagens. A empresa mostrou o compromisso WWW, (World Without Waste), cujas metas estão previstas entre 2025 e 2030, e inclui a garantia de que 100% das embalagens sejam recicláveis e que 50% delas sejam reutilizadas. O projeto prevê ainda, coletar e reciclar uma garrafa e uma lata para cada uma vendida.

O Grupo Boticário também comentou sobre seus compromissos. E por isso, buscam, até 2024, que 100% dos novos produtos das marcas próprias do grupo, contenham atributos de sustentabilidade na embalagem e na formulação.

Para fechar o painel, a Ball Embalagens destacou seus objetivos até 2030. A empresa pretende reduzir em 16% as emissões de sua cadeia de suprimentos e 55% as emissões de suas operações.

José Bosco, Presidente da Terphane, apresentou algumas soluções do seu portfólio, como uma embalagem monomaterial em filme PET – 100% reciclável e a linha de filmes Ecophane (filme com no mínimo 30% de conteúdo reciclado) aprovado para contato com alimentos pela ANVISA, que também pode ser biodegradável (compostagem).

Já Jose Angel Pietro, da UBE destacou que o desperdício de alimentos é um problema e as embalagens são fundamentais para proteger os alimentos evitando o desperdício, pois esse gera impacto econômico e ambiental. Nesse sentido, a empresa desenvolveu suas ações de sustentabilidade com foco na redução de uso materiais e que estes sejam recicláveis.

Cynthia Wolgien, da WestRock, falou sobre os 5 Rs da sustentabilidade da empresa: Repensar; Reduzir; Reutilizar; Reciclar e Regenerar e como eles guiam o desenvolvimento dos produtos. O Fórum ABRE trouxe uma discussão sobre políticas públicas onde foram apresentadas as novidades da PNRS e também o trabalho da Fundação Espaço ECO, uma consultoria de sustentabilidade, mantida pela BASF, que trabalha com diagnósticos, mensuração e cocriação de soluções sustentáveis.

Dia 3 – Boas práticas da Economia Circular

Em um painel recheado de boas práticas, a Fundação Ellen MacArthur apresentou os pontos principais do relatório “New Plastics Economy“ (https://www.newplasticseconomy.org/) que traz uma visão de economia circular para os plásticos, com o objetivo que eles nunca se tornem lixo. De acordo com a Fundação a economia circular vai além de uma gestão de resíduos, ela se propõe a reinventar a maneira como desenhamos os produtos, como consumimos e também os sistemas de entregas dos produtos.

Esse painel discutiu a importância do reuso de embalagens e trouxe o exemplo da DHPB, empresa fabricante de produtos de limpeza que trabalha em três frentes: indústria, distribuidora e lojas de varejo. A empresa topou fazer um trabalho para desenvolvimento de reuso em embalagens para saneantes, chegando a quatro possibilidades: Refill at home (refil concentrado de produtos em que o consumidor envasa em casa), Return on the go (leva a embalagem vazia para a loja que volta para a indústria), Refill on the go (refil na loja, onde se envasa o produto na embalagem reutilizável) e Return from home (retira a embalagem na casa do consumidor, em um sistema de delivery)

Lars Hancke, da HuberGroup trouxe como objetivo contribuir com o desenvolvimento sustentável e a segurança na indústria gráfica.

Já Veruska Rigolin, da Futamura mostrou os benefícios da embalagem compostável para a economia circular e a evolução da cadeia sustentável para o nosso ecossistema.

Para fechar o dia, em um painel que abordou as novas competências do design para impulsionar a economia circular, contamos com a apresentação da Casa Firjan. Trata-se de um espaço de inovação conectado com o futuro. Eles desatacaram sua responsabilidade em pensar, refletir, criar propostas e entregar soluções que enfrentam os desafios da nova economia. Com este fôlego, a organização já influenciou e direcionou 26 indústrias, 70 profissionais, 15 designers e 10 facilitadores.

Ainda nesse painel, a Red Bandana, trouxe dicas valiosas para a implementação de iniciativas circulares, como: capacitar a equipe e adotar o novo modelo mental do design para economia circular e a Ideia Circular destacou que design é o principal veículo de transição da economia linear para circular, além de apresentar o conceito Cradle to Cradle (do Berço ao Berço). Já a L’Oreal destacou os seus investimentos em reciclagem e a sua meta de que 100% das embalagens sejam recicladas até 2030. A empresa tem um comitê de design e que fomenta o ecodesign que vai além da embalagem, avalia todo o produto, sua cadeia.

Dia 4 – Inovações no caminho da circularidade

No último dia do evento contamos com um painel em que destacamos as iniciativas na cadeia logística e de reciclagem que estão dando certo.

Baseada no tripé da sustentabilidade (social, ambiental e econômico), a Molécoola criou programas de troca de pontos, onde o consumidor leva suas embalagens para os pontos de coleta e estes podem ser trocados por produtos e/ou serviços.

A Globalpet se insere no meio da cadeia para fechar o ciclo: recebimento das embalagens, networking com as cooperativas, melhorar a qualidade do PET pós-consumo.

A ANCAT – Associação Nacional dos Catadores trouxe a visão desses profissionais nesse processo. Segundo a Associação a indústria, em geral, não tem contato com os catadores, é preciso uma maior interação para se entender a cadeia de reciclagem e torná-la mais eficiente.

Já a Suzano Papel e Celulose apontou a importância de se olhar o processo de maneira holística. Em embalagens de papel, por exemplo, com gramaturas mais finas (como chocolate, remédios, etc.), foi constatado que 11 de 12 produtos estavam com pior desempenho no transporte e distribuição o que gerava perdas de produtos, portanto, é necessário  avaliar todo o sistema e não somente a gramatura da embalagem ou a quantidade de material reciclado que ela contém, pois nem sempre a diminuição da gramatura é a solução. Se o produto não estiver adequadamente protegido haverá perda, desperdício e consequentemente impacto ambiental.

A Tetra Pak trouxe em pauta um bate-papo sobre como liderar a gestão pós-consumo e inovar por meio da reciclagem. A do bem apresentou o seu projeto Bagaço Do Bem, cujo objetivo é de compensar 100% das embalagens de sucos e chás vendidas pela empresa e criar diferentes produtos.

Já Leandro Faria, da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) destacou a nova tecnologia da empresa que possibilita a reciclagem de embalagens multicamadas. A solução permite a extração de um polímero com qualidade e livre de odor. Para atestar a qualidade do polímero, a CBA contou com parcerias com universidades.

Por fim, Luciana Pellegrino, diretora Executiva da ABRE, revelou um projeto que está em andamento, mas que tem futuro para ajudar o desenvolvimento da Economia Circular e sustentabilidade no Brasil. Trata-se da criação de um selo de orientação para o descarte adequado de embalagem. O objetivo é aumentar o potencial de reciclagem e a produtividade dos processos de separação. A proposta do selo atuará como orientação aos consumidores para ajudá-los a entender a maneira correta do descarte de embalagens. A ABRE agradece imensamente todos os patrocinadores, apoiadores e participantes do Fórum ABRE que, de alguma maneira, dividiram conhecimento e conteúdo relevante para o desenvolvimento da Economia Circular no planeta.

Nosso agradecimento a todos vocês:

Patrocinadores:

Dow, Suzano Papel e Celulose, Tetra Pak, WestRock, Futamura, Terphane, Valgroup, Avery Dennison, Hubergroup, Ube, Ball Embalagens, CBA, Papirus, Basf,

Apoio Especial

Henkel, Gualapack, Antilhas Embalagens

Parceiros

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Parceiros de divulgação

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