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Após recorde, setor de latas investe em expansão


Indústria de latas de alumínio no país marcou em 2024 o maior volume de vendas da história, com alta de 7,6%

Beneficiada por temperaturas mais altas e maior variedade de bebidas envasadas, a indústria de latas de alumínio no país marcou em 2024 o maior volume de vendas da história, com alta de 7,6% frente ao ano anterior. Em meio ao forte crescimento da demanda, o setor, que hoje conta com 25 unidades produtivas, vai ganhar uma nova fábrica em 2026, mediante investimento inicialmente estimado em R$ 710 milhões.

No ano passado, segundo levantamento da Associação Brasileira da Lata de Alumínio (Abralatas), foram comercializadas 34,8 bilhões de unidades, número que consolida o país como terceiro maior mercado de latinhas do mundo. Para 2025, a expectativa é de novo crescimento, mas em ritmo menor, diante do ambiente macroeconômico mais desafiador.

“A expectativa é de crescimento, de um dígito baixo, a depender da evolução da inflação, dos desafios no fornecimento de bobinas e do clima”, disse ao Valor o presidente-executivo da entidade, Cátilo Cândido.

O Brasil tem um único fornecedor local de bobinas de alumínio, a Novelis, e conta com uma das maiores taxas mundiais de reciclagem desse tipo de embalagem, acima de 95% nos últimos 15 anos. De acordo com o executivo, o inverno de 2024 foi marcado por poucas chuvas, temperaturas mais elevadas e verão estendido, o que tem impacto direto no consumo de bebidas em lata. A oferta de novos formatos também contribuiu para as latinhas de alumínio ampliarem sua participação no mercado.

Embora as cervejas ainda representem a maior parte desse mercado, com fatia de cerca de 80%, houve crescimento importante em outras categorias, destacou Cândido. “Não foi só cerveja. Todas as bebidas em lata cresceram. Há entrantes que estão fazendo sucesso grande”, disse, referindo-se às bebidas funcionais, que chegaram mais recentemente ao mercado brasileiro, e chás, água e os produtos RTD (do inglês Ready to Drink).

Segundo a Abralatas, o consumo de água, chás e sucos em lata apresentou forte crescimento, de três dígitos, e o desempenho também foi positivo em refrigerantes e cervejas sem álcool. O crescimento da demanda em 2024 também reflete o êxito na estratégia de lançar latinhas para novas categorias de produtos e diferentes formatos, como as latas premium de 350 ml, mais altas e finas, cuja procura saltou 36% ante 2023. Já o chamado “latão”, de 473 ml, registrou expansão de vendas de 22%.

O setor conta atualmente com 25 fábricas, entre unidades produtivas do corpo da embalagem e de tampas, instaladas em 13 Estados brasileiros. A 26ª fábrica, da Canpack, será instalada em Poços de Caldas (MG). O grupo polonês também planejava uma nova linha de tampas, com investimento de R$ 360 milhões, em Manaus. Com capacidade produtiva total acima de 40 bilhões de unidades por ano, as fabricantes de latas estão preparadas para atender à demanda crescente, ressaltou o presidente da Abralatas. Há 10 anos, eram 20 fábricas com vendas em torno de 23 bilhões de unidades.

(Fonte: Valor Econômico, 28 de março de 2025)

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