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Alumínio brasileiro mostra resiliência e cresce apesar do cenário global


O consumo interno do metal subiu 4,6% no primeiro semestre de 2025, impulsionado por setores como eletricidade e embalagens

O mercado internacional pode até balançar com o tarifaço norte-americano, mas o Brasil se segurou em um de seus trunfos mais preciosos: o alumínio. Em vez de recuar, o consumo do metal cresceu 4,6% no primeiro semestre de 2025 em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL).

De janeiro a junho, o mercado interno consumiu 947 mil t do metal. No entanto, de acordo com os números da ABAL, as exportações de produtos transformados recuaram 11% na comparação com o primeiro semestre de 2024, evidenciando o impacto das barreiras comerciais internacionais.

Apesar disso, o levantamento da ABAL aponta que, praticamente, todos os produtos transformados de alumínio tiveram crescimento no consumo, com destaque para cabos, fundidos e chapas. Entre os segmentos consumidores, eletricidade e embalagens puxaram a alta.

O setor elétrico registrou um salto de 18%, alcançando 128.900 t, motivado pela antecipação de compras de cabos para transmissão e distribuição de energia. Já o setor de embalagens, que responde por 33% do volume total consumido, aumentou 7% e atingiu 308.800 t em laminados de alumínio. O desempenho foi impulsionado por mudanças no comportamento do consumidor, que optou por mais refeições em casa devido ao clima atipicamente frio nas principais metrópoles, além da melhora nos índices de emprego e renda.

Outros segmentos também registraram avanço: transportes, com alta de 2,4%, e máquinas e equipamentos, que cresceram 0,6%. Por outro lado, a construção civil manteve estabilidade, com consumo de 169.200 t, reflexo da moderação no mercado imobiliário. Já bens de consumo tiveram retração de 1,1%, resultado da queda na confiança dos consumidores e do clima mais frio, que reduziu a procura por aparelhos de ar-condicionado.

“Os números confirmam a resiliência da indústria brasileira do alumínio, mesmo em um cenário global marcado por desafios como o tarifaço e a desaceleração da economia mundial. Ainda assim, é importante destacar que já observamos sinais de arrefecimento na demanda, o que reforça a necessidade de mantermos atenção redobrada ao contexto internacional e às políticas comerciais que impactam diretamente nossa competitividade”, avalia Janaina Donas, presidente-executiva da ABAL.

(Fonte: Revista Alumínio, 22 de setembro de 2025)

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