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Suzano anuncia aumento de capacidade de produção de celulose em Ribas do Rio Pardo para 2,7 milhões de toneladas


Planta de celulose no Mato Grosso do Sul superou a capacidade nominal já no primeiro ano de operação e deverá elevar a produção a partir de 2027 sem capex adicional

Durante o Suzano Investor Day, realizado no dia 11 de dezembro, no Hotel Pullman Vila Olímpia, em São Paulo, a Suzano anunciou a ampliação da capacidade produtiva da fábrica de celulose de Ribas do Rio Pardo (MS), um dos projetos mais relevantes da companhia nos últimos anos. Segundo a empresa, a unidade deverá atingir uma capacidade de 2,7 milhões de toneladas anuais a partir de 2027, acima da capacidade nominal inicial de 2,55 milhões de toneladas, sem necessidade de capex adicional.

A atualização foi apresentada por Aires Galhardo, vice-presidente executivo de Operações de Celulose da Suzano, que destacou o desempenho operacional acima do esperado no primeiro ano completo de operação da planta, inaugurada em 2024 como parte do Projeto Cerrado. “Nós estamos perto do final de 2025, o que também marca o primeiro ano completo de operações em nossa unidade de Ribas do Rio Pardo. E o que fizemos nesse primeiro ano é bastante memorável”, afirmou.

De acordo com Galhardo, a fábrica produziu 2,57 milhões de toneladas em 2025, volume já superior à capacidade nominal inicialmente prevista. “Superamos a capacidade de desenvolvimento do Projeto Cerrado e produzimos 2,57 milhões de toneladas. Para um projeto dessa escala, no primeiro ano completo de operação, esse é um resultado excepcional”, disse.

O executivo ressaltou que o desempenho operacional é reflexo direto da estratégia adotada pela companhia na formação da equipe e na preparação da unidade antes do start-up. A operação de Ribas do Rio Pardo contou com uma equipe formada por especialistas selecionados entre oito fábricas da Suzano, além de um programa de treinamento estendido. “Tivemos um programa de treinamento de 15 meses antes do start-up, em vez dos 12 meses originalmente planejados, com uso de simuladores modernos em todas as áreas de processo”, explicou.

Segundo ele, a eficiência na construção e montagem da planta permitiu a realização antecipada de testes operacionais, acelerando o comissionamento e garantindo rápida estabilidade da operação. “Meses de treinamento apoiados por simuladores modernos e um projeto de execução eficiente nos dão confiança para continuar avançando”, afirmou.

Com base nesse desempenho, a Suzano revisou para cima o potencial produtivo da unidade. A expectativa é que a fábrica atinja 2,7 milhões de toneladas a partir de 2027, mantendo uma trajetória positiva também em 2026. “Nós acreditamos que podemos concluir um objetivo com quase 2,7 milhões de toneladas a partir de 2027, sem investimentos adicionais, o que é essencial para a competitividade da Suzano”, destacou Galhardo.

A ampliação de capacidade em Ribas do Rio Pardo está diretamente conectada a um tema central para a companhia: competitividade estrutural. Segundo o executivo, a discussão sobre custos ganhou ainda mais relevância nos últimos meses, especialmente diante do cenário global mais desafiador para o mercado de celulose. “Competitividade se tornou o tema central em todas as discussões na Suzano. Como reduzir custos? Como diminuir o custo de exportação? O que podemos fazer para melhorar?”, afirmou.

Nesse contexto, a companhia realizou um diagnóstico abrangente de suas operações e da estrutura de custos, incluindo custos industriais e de exportação. A partir desse trabalho, a Suzano estruturou um programa de aceleração da competitividade, com mais de 70 iniciativas, focadas em capturar ganhos no curto e médio prazo.

As iniciativas estão distribuídas ao longo de toda a cadeia, desde genética e estratégia de plantio, operações florestais e colheita, logística floresta-fábrica-porto, indústria, logística de expedição, inteligência estratégica da cadeia de suprimentos, estrutura organizacional e gestão de suprimentos. “Cada iniciativa tem um objetivo claro de captura de valor, com cronograma definido e um líder responsável pela implementação”, explicou Galhardo.

Além da redução de custos, o programa também incorpora metas ambientais sempre que possível. “Quando viável, essas iniciativas ajudam a reduzir emissões de carbono e o consumo de água”, afirmou o executivo.

O impacto financeiro desse esforço já começa a aparecer nas projeções da companhia. Considerando os resultados de 2025 e mesmo com a pressão inflacionária sobre insumos e serviços, a Suzano projeta um Desembolso Total Operacional (DTO) de R$ 1.983 por tonelada em 2027, mantendo praticamente o mesmo patamar apresentado no ano anterior, em termos reais. “Esse é exatamente o mesmo valor que apresentamos no ano passado, ajustado apenas por custos financeiros. Isso demonstra nossa disciplina, consistência e confiança na execução”, disse Galhardo.

A comparação entre os indicadores operacionais reforça a trajetória de ganhos de eficiência. No terceiro trimestre de 2025, o DTO da companhia somava R$ 2.110 por tonelada, considerando capex de manutenção, SG&A caixa, frete e custo caixa, com premissas como câmbio médio de R$ 5,70, Brent a US$ 72 por barril e uso de 28% de madeira de terceiros. Para 2027, a projeção considera redução do DTO para R$ 1.983 por tonelada, com menor participação de madeira de terceiros (18%), raio médio menor e premissas mais eficientes de logística e insumos.

Entre as iniciativas prioritárias destacadas pela Suzano estão melhorias no modelo de operação de viveiros, com ganhos estimados entre R$ 18 e R$ 29 por tonelada a partir de 2028, além de avanços na estratégia e no modelo operacional da logística rodoviária, com impacto estimado entre R$ 31 e R$ 49 por tonelada em 2027. Também fazem parte do programa o aprimoramento das operações logísticas offshore, otimização das despesas corporativas e ganhos adicionais na gestão integrada da cadeia de suprimentos.

Para Galhardo, o desempenho da fábrica de Ribas do Rio Pardo e a revisão de sua capacidade reforçam o posicionamento da Suzano como referência global em eficiência operacional no setor de celulose. “Estamos totalmente focados em manter e expandir nossa competitividade nos próximos anos. O que estamos entregando hoje reforça nosso compromisso de fazer exatamente aquilo que prometemos”, concluiu.

(Fonte: News Pulpaper, 14 de dezembro de 2025)

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